O curso de Engenharia Civil do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC) foi criado no ano letivo de 1974/75 aquando da conversão da Secção Industrial do Instituto Industrial e Comercial de Coimbra, escola de elevado prestígio na época, em duas escolas de nível superior, concretamente o ISEC e o Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC). Segundo o Decreto-Lei n.º 830/74 de 31de Dezembro, que criou os Institutos Superiores de Engenharia, “os Institutos Superiores de Engenharia são escolas de nível universitário (...) neles se conferindo os graus de bacharelato, licenciatura e doutoramento”. 

A estrutura e a organização da formação superior em Engenharia Civil do ISEC, permitem verificar que o seu formato bietápico apresenta, do ponto de vista da formação técnica do engenheiro civil, algumas virtualidades importantes, refletidas sobretudo ao nível da evolução do processo de aquisição de conhecimentos. Este, por ser gradual e faseado, permite dar resposta às reais necessidades profissionais dos formandos, adaptar-se às suas aptidões particulares ou, mais simplesmente, estar de acordo com as suas próprias preferências. 

O primeiro ciclo, designado Licenciatura em Engenharia Civil, com a duração de 3 anos, ao apostar fortemente numa formação básica essencial, cria os alicerces do “saber fazer”, produzindo um esqueleto generalista e de grande abrangência científica. Deste modo, a Licenciatura não só habilita o aluno ao exercício prático da atividade profissional, com um garantido nível de competência técnica, como também possibilita o posterior desenvolvimento formativo, qualquer que seja a orientação pretendida. Contudo, o limitado grau de desenvolvimento dos conhecimentos lecionados ao nível das ciências de base, nomeadamente matemático e físico, será pouco adequado a carreiras perspetivadas no âmbito estrito da investigação científica. Em contrapartida, é de salientar que o grau de Licenciatura confere especial aptidão, para a progressão em carreiras com forte componente no campo da aplicação prática dos conhecimentos técnicos, como ficou demonstrado pelo sucesso alcançado por muitos dos formandos que frequentaram alguns cursos ministrados no passado por esta Escola. 

Ao invés da primeira etapa do curso, que procura abarcar um leque diversificado de conhecimentos, em quase todas as grandes Áreas Científicas da Engenharia Civil actual, o segundo ciclo de estudos – Mestrado em Engenharia Civil, Especialização em Construção Urbana - exibe já uma orientação dirigida para uma certa especificidade própria. Assim, a par da formação complementar que visa desenvolver o nível de conhecimentos adquiridos, quer através da sua evolução em termos das ferramentas matemáticas, quer através da sua ampliação em áreas com potencial de aplicação, verifica-se também um impulso num sector singular da atividade técnica, relacionado com a ação do Engenheiro Civil no projeto, planeamento, construção e conservação do espaço construído, particularmente em meio urbano, e que, no fundo, dá o tom ao perfil típico deste Mestrado. 

Não se tem a presunção de atingir a formação mais lata e completa, em todos os campos científicos e técnicos que fazem hoje parte desta atividade profissional, atendendo ao tempo letivo disponível para o efeito. Porém, os requisitos necessários e suficientes para que qualquer licenciado fique convenientemente habilitado à frequência de cursos mais avançados, designadamente doutoramentos, ou quaisquer outros cursos de pós-graduação no âmbito da Engenharia Civil, estão seguramente garantidos, tanto pela estrutura curricular em si mesma, como pelo grau de exigência que lhe é imposto. 

Continuando a construção civil a ser um dos setores da economia nacional com maior dinamismo, a formação de “banda larga” do curso de Engenharia Civil, associada à sua robusta componente prática/laboratorial, abre aos seus diplomados perspetivas de um futuro auspicioso em termos profissionais.